O presente texto são sugestões que visam contribuir para o crescimento e
consolidação da tendência Avante como alternativa dentro do Partido dos
Trabalhadores. Inicialmente, cabe pontuar que o Brasil vive sob o cerco da
extrema-direita bolsonarista. Esse fantasma fascista não está só a espreita, como
pode retornar ao poder em 2026, mesmo que sem Jair Bolsonaro, mas com algum
outro nome igualmente perverso.
De olho na Argentina, é preciso termos em consideração que a ascensão
do lunático extremista Milei deu-se pelo desastre econômico do governo do
companheiro Alberto Fernández, não podemos fechar os olhos para os erros do
nosso campo. A inflação galopante na Argentina corroeu o poder de compra dos
mais pobres, causou mal-estar social geral, o que criou o caldo perfeito para
ascensão do populismo de direita. Dito isso, é de fundamental importância que a
nossa corrente esteja afinada com o Governo Lula para contribuir para que a
economia brasileira cresça de maneira sustentada, com distribuição de renda e
controle da inflação. A vitória completa contra a extrema-direita passa pela boa
condução da economia. Neste sentido, a Avante precisa apoiar o governo,
inclusive manifestando apoio ao Ministro Haddad que tem feito um bom trabalho
na Fazenda. Isto não significa deixar de fazer as críticas necessárias internamente,
ou permitir o distanciamento da condução econômica daquilo que foi aprovado
pelo povo nas urnas
Ao mesmo tempo, não podemos embarcar no discurso fácil de setores
irresponsáveis da esquerda que
podem minar este caminho, propondo soluções
mágicas irrealizáveis. O desgoverno Bolsonaro deixou uma herança maldita para
Lula, e infelizmente, não há como sustentar uma política de expansão fiscal
sustentada sem antes corrigir-se esse legado, coisa que o Ministro Haddad tem
conseguindo com êxito. A despeito de todos os desafios que lhe foram impostos, a
economia brasileira está levantando-se em 2023, com o devido controle da
inflação, alta do crescimento de emprego formal, e crescimento econômico acima
do previsto.
As perspectivas são alvissareiras, mas ainda temos desafios enormes para
um país mais justo, tal como a formalização do trabalho de milhões de brasileiros
na informalidade, bem como da importância da melhoria da renda desses mesmos
trabalhadores – que mesmo quando contemplados com políticas como Minha
Casa Minha Vida, muitas vezes não conseguem se manter no imóvel por não
terem condições de arcarem com o condomínio do imóvel, para ficarmos num
exemplo já bastante conhecido por aqueles que estão próximos da luta social.
Vencida essa contextualização, também é preciso pensar internamente
como a tendência deve se colocar dentro do partido. Nossa corrente deve estar
afinada com o governo Lula, com o projeto de união e reconstrução, sem abdicar
do ideal de um mundo mais socialmente justo e democrático. Ser uma corrente
que saiba construir pontes internas entre os setores mais à esquerda do partido,
como a Democracia Socialista e Articulação de Esquerda, e também com o
setores mais pragmáticos, como a CNB.
Também deve a tendência focar mais em debates e propostas de caráter
universalistas, que abracem toda a classe trabalhadora, entendendo a importância
e a transversalidade das chamadas “pautas identitárias”, mas procurando sempre
estar em amplo diálogo com a massa de trabalhadores e trabalhadoras, que não
habituados a esse debate, se afastam do partido, sobretudo os trabalhadores
periféricos evangélicos.
Nossa tendência precisa ampliar o diálogo com a massa, seja ela
evangélica, católica ou de qualquer religião, mas sobretudo a massa dominada
pela extrema-direita. É importante ressaltar, que a população evangélica tende a
se tornar maioria no Brasil, se não quisermos nos tornar um gueto numa sociedade
cada vez mais evangélica, é preciso saber entendê-los e trazê-los para nós, pois se
não os disputarmos, esse vácuo será preenchido pela extrema-direita – o que já
vem sendo feito. Cabe notar ainda, que a maioria dos evangélicos no Brasil é
constituída de mulheres negras, justamente o setor mais marginalizado da
sociedade brasileira. Não é preciso dizer aqui à importância que este setor tem
para um Partido que busca promover a igualdade e o bem-estar social.
Por fim, mas não menos importante, sugerimos que a tendência mude de
nome em razão da confusão que o nome leva com o partido Avante, do Deputado
Janones, que, aliás, merece nosso respeito, mas que não se confunde com o PT.
Assim, considerando o brilhante trabalho realizado pela companheira Maria do
Rosário e toda sua equipe na Secretaria Nacional de Formação e Educação Política
do PT, e que rendeu e segue rendendo bons frutos e engrossando as fileiras do
nosso partido, nossa sugestão é que nossa tendência passe a se chamar
Nova Primavera, representando ainda nosso desejo de um novo período de
esperança e continuidade do projeto do nosso partido.
Saudações Socialistas,
Arthur Augusto Rotta
Rômulo Duque
terça-feira, 21 de novembro de 2023
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